7 passos para compreender o Ano Santo da Misericórdia
A Igreja está vivendo o Ano Santo da Misericórdia, um tempo de graça, paz, conversão e alegria que abrange a todos nós cristãos. Não há fronteiras nem distâncias que possam impedir a misericórdia do Pai de nos alcançar, tornando-se presente no meio de nós.
O calendário das celebrações é composto por eventos que envolvem uma grande afluência de pessoas. O primeiro evento foi dedicado a todos aqueles que trabalham na peregrinação. É um sinal que pretendemos dar para deixar claro que o Ano Santo é uma verdadeira peregrinação e deve ser vivida como tal. Os peregrinos devem fazer um percurso a pé, preparando-se assim para atravessar a Porta Santa com o espírito de fé e de devoção.
7 PASSOS PARA COMPREENDER O ANO SANTO DA MISERICÓRDIA
“Decidi convocar um Jubileu Extraordinário que tenha o seu centro na Misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia”. Foi com estas palavras que o Papa Francisco anunciou o Jubileu da Misericórdia, no dia 13 de março de 2015, segundo aniversário da sua eleição ao Pontificado, durante a celebração da penitência presidida na basílica vaticana. O jubileu teve início no dia 8 de dezembro de 2015 e se concluirá no dia 20 de novembro de 2016, com a solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo.
Para compreender melhor o que é um Jubileu, seguem respostas de 7 questões que muitos de nós temos neste momento:
1º O que é um Jubileu?
A celebração do Jubileu católico tem origem no Jubileu hebraico, onde a cada 50 anos, durante um ano, chamado ano sabático, eram libertados escravos, as dívidas eram perdoadas e as terras deixavam de ser cultivadas, entre outras coisas. Estas comemorações são referenciadas na Bíblia, nomeadamente em Levítico (LV 25,8). Na tradição católica, o jubileu tem também a duração de um ano, mas tem um sentido mais espiritual, consistindo no perdão dos pecados dos fiéis que cumprem certas disposições eclesiais estabelecidas pelo Vaticano (Indulgências).
2º De onde surge a palavra Jubileu
A palavra Jubileu vem do hebraico “yobel” que faz alusão ao chifre do cordeiro que servia como instrumento. Jubileu provém também da palavra latina “iubilum” que significa “grito de alegria”.
3º Qual a diferença entre Jubileu e Ano Santo?
A celebração de um Jubileu ocorre durante um ano, daí que esse ano seja chamado “Ano Santo” ou “Ano Jubilar”. A designação de “Ano Santo” começou a ser utilizada pelo Papa Sisto IV no Jubileu de 1475.
4º De quanto em quanto tempo se realiza um Jubileu?
O Jubileu pode ser ordinário ou extraordinário. Se a celebração de um Ano Santo ordinário ocorre a cada 25 anos, o Ano Santo extraordinário é proclamado pelo Papa sempre que pretenda celebrar algum fato de forma especial.
5º Quando se realizará o Jubileu da Misericórdia?
O Jubileu da Misericórdia é um Jubileu extraordinário e o seu início foi assinalado oficialmente em 8 de dezembro de 2015, dia da Imaculada Conceição, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro. Neste dia, celebrou-se também o 50º aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II. O encerramento do Ano Santo será no dia 20 de novembro de 2016. Este é o primeiro jubileu desde o que foi convocado por João Paulo II, em 2000, para assinalar o início do terceiro milênio.
6º Porque se abre a Porta Santa no início do Jubileu?
A Porta Santa só se abre durante um Ano Santo e significa que se abre um caminho extraordinário para a salvação. Na cerimônia de abertura, o Papa toca a porta com um martelo 3 vezes enquanto diz: “Aperite mihi leva justitiae, ingressus in eas confitebor Domino”, que significa “Abram-me as portas da justiça; entrando por elas, confessarei ao Senhor”. Depois de aberta, entoa-se o Te Deum e o Papa atravessa esta porta com os seus colaboradores. Aos peregrinos que passarem pela Porta Santa serão concedidas as indulgências que perdoam as penas temporais às quais estão ligados os pecadores, ao passo que estes buscaram a confissão e a absolvição e apagaram os seus pecados e sendo justos, tem o céu por prêmio.
7º Porque o Papa Francisco convocou este Ano Santo?
“Pensei muitas vezes no modo como a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que começa com uma conversão espiritual; e devemos fazer este caminho” – justificou o Papa Francisco no anúncio oficial do 29º Jubileu da história da Igreja, defendendo que “ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus” e que a Igreja “é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém”. “As suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem”, ressaltou.
AS OBRAS DE MISERICÓRDIA
O desejo do Papa Francisco é que o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporais e espirituais. Redescubramos as obras de misericórdia, para que possamos bem celebrar esse Ano Santo, assumindo a vida cristã de modo verdadeiro.
Obras de Misericórdia Corporais: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos.
Obras de Misericórdia Espirituais: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e defuntos.
“Queridos irmãos, que possamos encontrar a igreja inteira pronta e solícita para testemunhar a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai Misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda pessoa. Compete a nós manter viva essa mensagem, principalmente mediante palavras e obras de misericórdia…” Papa Francisco.
Maria Estelita Chaves | PasCom São José Trabalahdor
Fontes: Cristo Jovem; w2.vatican.va