Ciclo Pascal: os significados do mistério da nossa salvação

Publicado por: Silvia Oliveira 01/04/2018

O sagrado tempo de conversão da Quaresma é a preparação para a grande solenidade do mistério pascal de Jesus. Somos convidados a renovar nossa fé pela conversão, caridade e obras de misericórdia para vivenciar a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Cristo de maneira mais consciente e dedicada.

O Ciclo da Páscoa nos coloca diante dos acontecimentos que descrevem o momento mais notável do plano de salvação de Deus. Após a temporada quaresmal, a Igreja volta toda sua atenção para o início da Semana Santa, período que consumará a renovação de nossa fé batismal na noite da Ressureição.

A Semana Santa, ápice da vida Cristã, inicia-se solenemente no Domingo de Ramos, dia que marca a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Naquela ocasião, Ele foi recebido com ramos de palmeiras e ovacionado pela população como o Messias, o rei de Israel. Mas, como sabemos, os mesmos que o aclamaram e o receberam com festa também o condenaram à morte. A partir daqui, durante as liturgias deste ciclo sagrado, teremos todos os sinais para meditação e reflexão sobre os últimos momentos da vida de Jesus.

Tríduo Pascal: Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor

O Tríduo Pascal é o centro da vida da Igreja. Não há solenidade litúrgica, em ordem de grandeza, que seja maior ou mais reveladora do que esta. Composto por três dias de celebração, o tríduo é o auge de todo o histórico da redenção.

Começa na missa vespertina da Quinta-Feira Santa (com a “Ceia do Senhor”), depois contempla o mistério indivisível do Senhor Morto (Sexta-Feira Santa), Sepultado (Sábado Santo) e Ressuscitado (Vigília e Páscoa). Trata-se, na verdade, de uma única cerimônia realizada em três momentos distintos.

Na Quinta-Feira Santa, presenciamos o tradicional Lava-Pés, evento que busca desenvolver em nós a humildade de Cristo. O ato repete o gesto de Jesus lavando os pés dos apóstolos antes de ser preso e levado à morte na cruz. Celebramos, ainda, a instituição da Sagrada Eucaristia (quando Ele oferece ao Pai o seu corpo e o seu sangue em forma de pão e vinho), do sacerdócio ministerial e do grande mandamento do Amor. Foi neste dia que Jesus decretou: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (Jo 13:34)

A Sexta-Feira da Paixão é o único dia em que a Igreja não celebra a Eucaristia. Por meio da Palavra de Deus recordamos a morte de Jesus com leituras bíblicas, preces solenes e adoração da cruz. As imagens dos santos e crucifixos são encobertas. Choramos por aquele que morre na cruz. Recordamos neste dia as nossas próprias mazelas cotidianas. Passamos a entender e a aceitar que nossa humanidade é o passo mais próximo para a nova vida que se aproxima. Depois da dor temos a certeza da vitória.

O sábado é de silêncio, porque é o dia em que a pedra rolou sobre o túmulo. Não se rezam missas pela manhã. Mas a celebração do tríduo tem seu centro na Vigília Pascal do Sábado Santo (também chamado de Sábado de Aleluia), momento caracterizado pela confiança na ressurreição do Senhor. Segundo Santo Agostinho, essa noite santa é a mãe de todas as vigílias. É o momento da vitória da vida sobre a morte. Não à toa é uma cerimônia abastada de significados e símbolos como a Liturgia do Fogo e da Luz, Liturgia da Palavra, Liturgia Batismal e Liturgia Eucarística. Porque “Ele vive e podemos crer no amanhã”.

Domingo de Páscoa

O Tríduo Pascal é concluído com a oração da chamada vésperas do Domingo de Páscoa. É considerado o Domingo dos domingos. É a reafirmação da conquista e glória já celebradas na grande vigília do dia anterior.

A terra, que estava em profundo silêncio e desterro, agora triunfa de alegria e glorifica Aquele que venceu a morte por amor a nós. A Santa Missa do Domingo da Ressureição é o memorial histórico desse ato supremo de amor pela humanidade.

O mistério pascal celebrado nos dias do tríduo torna-se a agenda a ser seguida para uma vida cristã plena e absoluta. Já a Páscoa converte-se no dia mais importante para a nossa fé, pois é quando Jesus vence a morte para mostrar a grandeza da vida.

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Escala da Vigília de Adoração ao Senhor | Semana Santa

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